segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A verdadeira história sem tirar nem por

Há três semanas estou envolvido numa guerra. Não é daquelas que os noticiários nos mostram todos os dias, mas uma guerra por justiça.


Em junho de 2006, estando em reunião com o senhor Flávio Simões, Professora Cleonice Moreira e Eva Lima e eu, decidimos tirar do papel o projeto do Festival Multiarte Firmino Rocha primeira edição.
Me foi feito um convite para produzir o evento, devido a minha experiência em produção cultural adquirida ao longo de quase dez anos fazendo Shows, teatro, cinema e vídeos.
Formei minha equipe e passei meu orçamento para o professor. Orçamento este que caiu pela metade. Na equipe estava Eva, Marcos Guimarães o design que trabalhava comigo e eu. Na primeira semana de trabalho numa sala da FICC, fui surpreendido com um questionamento: o professor não está gostando da presença desta "moça" aqui na FICC porque ela é do PT e o irmão dela foi assessor jurídico da prefeitura no tempo de Geraldo Simões. Resultado, comentei com Eva, que logo se afastou da produção, não que eu tenha concordado, porque por mim, ela continuava ou sairíamos todos. Mas, ela foi sensata e disse que não queria atrapalhar um projeto tão "bacana" que poderia alavancar a cultura de Itabuna, por isso eu concordei em ficar.
Mesmo não estando satisfeito com a situação, continuei a trabalhar. Comecei a montar um documentário sobre a história de Itabuna para fazer um vídeo. Dei de testa com a ordem de só colocar o material de 2005 pra frente, porque não podia constar obras de gestões anteriores da FICC. Eu não concordei mas, se não aceitasse, a ilha de edição não seria liberada pois na época era a TVI ou Ação propaganda, que fazia as edições e todo o material da prefeitura.
Foi um mês duro de trabalho porque todo passo que eu dava, ou toda ideia que eu tinha, precisava passar nas mãos do cacique para ele analisar e sair como ideia sua.
Eu conversei com ele, e falei da minha esperiência em filmagem e da ideia de implantar um departamento de marketing e multimédia na FICC. Ele gostou e logo sinalizou para que o orçamento estivesse pronto a toque de caixa até o festival. Assim foi feito. Na ocasião estava em Itabuna se apresentando no Centro de Cultura o coreógrafo Jorge Silva e sua companhia, quando em conversa, descobri que Jorge era um dos melhores editores de imagens de Salvador.
Pronto, era tudo o que eu precisava. Jorge preparou todo o esquema para montarmos a mini ilha da FICC. Depois de tudo pronto, Jorge ministrou um curso para três funcionários da FICC e uma reciclagem para mim que estava há muito tempo afastado da área.
Pois bem, o festival aconteçeu, e eu documentei tudo, passo a passo, inclusive revelando fotos e mandando on -line para os jornais.
Depois de tudo isso, eu fui buscar minha última parcela do pagamento pela produção do festival. Chegando lá, ele me pagou e me fez o convite para assumir a responsabilidade sobre o departamento que nós tínhamos implantado. Até aí, tudo bem, eu era produtor Free lancer, não tinha problema algum em trabalhar numa instituição como a FICC. Não era e não sou até hoje ligado a partido político algum, por isso, entro e saio em qualquer canto.
Na negociação, ele me propôs o valor de 800,00, pois não poderia me pagar mais do que paga a três dos funcionários da FICC que já estão lá há muito tempo para não causar ciúmes. Eu aceitei. Meio turno por 800,00, estava bom.
Depois de quase um mês, o contador da empresa me entregou o contrato para assinar. Eu tenho um defeito grave, não gosto de ler contratos e documentos que tenham mais de uma página. Assinei e continuei a trabalhar. Quando chegou o pagamento do primeiro mês, veio o valor de 350,00, sendo que era 400,00, mas descontava alguma coisa. Eu não entendi, e fui ao contador e perguntei o que estava havendo. Ele me disse que o valor que o professor tinha passado pra ele era aquele e que eu tinha assinado o contrato com aquele valor. Eu corri na minha sala e peguei o contrato. Realmente, eu tinha assinado com o valor que estava. Fui falar com ele. "Professor, nós não tínhamos combinado 800,00?" aí eu fui conhecer a verdadeira face do professor, ele disse: "eu nunca te falei isso". Eu tenho certeza que não foi por maldade ou por esperteza, realmente ele não se lembra do que comeu no café da manhã.
Resumindo, para não criar problemas maiores, eu fui ficando. Só que ao invés de meio período ou um turno, eu trabalhava os dois turnos e as vezes entrava pela noite. A demanda dos vídeos era grande. Todos queriam as cópias do festival. Logo depois começou o projeto Valorizando a vida e minimizando a dor. Depois começou o cadastramento cultural, depois o fiasco Alto de natal. Um evento que gastou mais de 10.000,00 para um público de vinte pessoas por noite na praça Adamy.
Aí venceu meu contrato, e ele havia me feito uma proposta para eu esperar que quando terminasse as eleições que Marcos Gomes era candidato, ele falaria com Fernando para me admitir com um salário melhor. Resultado, não fui admitido e além disso entrou outra pessoa em meu lugar com o salário de 1.900,00. Está lá até hoje.
Agora, no encerramento do Festival, aconteceu um fato inusitado. A comissão julgadora que foi convocada para votar na categoria teatro, não acreditou quando foi anunciado que o espetáculo de Itabuna estava em primeiro lugar, quando na realidade o espetáculo de Itambé foi o vencedor pela contagem dos pontos. A comissão era formada por Moema Brum atriz e diretora de teatro de Ilhéus com um currículo excepcional, Rogério Tomas, ator e professor, e Eva Lima que dispensa comentários. Não concordando com o resultado e decidindo a não ficarem omissos, elegeram Eva para manifestar-se. Ela então se dirigiu a mesa e disse: "professor, não foi esse o resultado que o júri decidiu, me dê o microfone que eu vou justificar" ele tapou o microfone e disse a ela: " você não vai falar nada". Daí, para quem é de Itabuna e conhece Eva Lima sabe que ela não é de levar desaforo para casa. Saiu do palco e chamou todos que estavam na plateia para saírem que ela tinha um comunicado a fazer. Subiu no sofá do foayer do Centro de Cultura e abriu o verbo. Nisso, ele saiu e mandou o segurança tirar ela de lá. O segurança não foi. Ele então foi a Aldo Bastos e Antonio Júnior obriga-los a retira-la de lá pois ela era funcionária do Centro de Cultura, foi então que Marcos , produtor contrato por ele, disse que ali estava a atriz e juri e não a funcionária do Centro além de estar na sua hora de folga. Eva disse a verdade, causando indignação a todos os presentes e depois disso começou a sofrer perseguições.
Eu na realidade não tenho nada contra a pessoa de Flávio Simões, até que as vezes ele parecia ser boa gente, mas quando entrava na FICC e sentava na cadeira do diretor, baixava um espírito de um tirano que viveu 50 anos antes de Cristo.
Com dinheiro para pagar matérias em jornais e canal livre na imprensa, ele começou a tentar discredibilizar Eva perante a opinião pública. Foi aí que eu entrei na história. Eva Lima foi minha esposa por vinte anos. Hoje não somos mais casados, mas ela é minha melhor amiga. Por isso eu comprei a briga. Me juntei a vários amigos em Salvador, e decidimos tornar pública de maneira mais expressiva os verdadeiros fatos.
Quando eu publiquei a carta aberta a sociedade itabunense, para quem leu, viu que se tratava pura e exclusivamente de uma defesa. Em momento algum desacatei o professor Flávio Simões. Esperei sim, que ele tivesse a dignidade de pelo menos passar um email para o casal Radde, dando uma satisfação pela não ida do espetáculo Transe para Porto Alegre, quando na oportunidade do aniversário da companhia Teatro Novo.
Segundo o professor, ele não cumpriu o acordo de nos dar as passagens de avião ao custo de 4.800,00, porque o prefeito cortou 40% da verba da cultura e ele só poderia nos conceder 1.000,00. Questionado, ele disse que era mentira minha que nunca havia dito isso. Logo acima eu me referi ao fato de que ele não se lembra do que comeu pela manhã. Só que daí ele variar de vez em quando a me chamar de mentiroso, tem um longo caminho.
A questão é a seguinte: ele me ligou do telefone da FICC, eu estava fazendo a produção de Piaba em Conquista. Ele me ligou no meu celular(registrado e identificado pelo bina). Então eu só quero lembrar que uma simples ação judicial pode solicitar a cópia da gravação, pelo dia e hora que eu tenho anotado, daí a vergonha vai ser maior, porque ele vai ter que explicar ao prefeito porque envolveu o nome dele num escândalo desse.
Tomando minhas providências, estamos em reuniões constantes em Salvador para simplesmente proteger nossa amiga Eva Lima das mãos desse cidadão.
Dele não quero nada, dinheiro, amizade, nada. Só quero que ele em primeiro lugar se respeite e aprenda a respeitar os outros, para poder ser respeitado.
Ari Rodrigues
Produtor Cultural