sexta-feira, 20 de março de 2009

Cinema, na trilha da minha vida












Palavra e Utopia, foi o primeiro longa que eu trabalhei. Contei essa história em outra oportunidade. Não tinha noção de como era um set, porque o pessoal que pegava peso eram chamados de maquinistas, porque era usado películas para gravar,que diabo era time code, o que era fita dat e muitas outras perguntas que não queriam calar. Fui contratado como assistente de casting, ou seja produção de elenco, selecionar figurantes, e ou recrutar atores, preparar, acompanhar, entre outras funções. Mas foi uma comédia, sem entender direito como em 1999 eu caí de para quedas no meio de um set com uma equipe, aliás umas das mais importantes equipes de cinema do mundo, um consórcio entre Portugal/Brasil/França. Para completar dirigido pela lenda viva do cinema, o cineasta mais velho do mundo na atualidade, Manoel de Oliveira. Fui, com meus erros e acertos, terminei meu trabalho. O filme ficou belíssimo, super premiado no exterior, e por aqui, eu sentado na terceira fila do Multiplex, ansioso para ver meu nome descendo nos créditos de um cinema pela primeira vez.



Narradores de Javé, foi meu segundo filme. Três messes de gravações em Bom Jesus da Lapa e em Lençois na Bahia. Com uma equipe formada por 70 pessoas, profissionais de todo o Brasil e do exterior, a exemplo de Hugo Kowenski, um dos maiores diretores de fotografia do mundo. Lá estava eu de novo de gaiato. Desta vez já estava mais ambientado porque entre um filme e outro eu fiz algumas produções em Salvador, pela X-filmes e pela Truq-Vídeo. Alguns comerciais de tv, que, quer queira ou não, são mini sets, e vc adquire experiência mesmo sem querer.Os nomes da equipe e do elenco não eram fracos não! Gulannes filmes e a Bial Cultura e Arte eram as empresas produtoras. Não posso dizer que nunca trabalhei para Pedro Bial. No elenco, Zé Dumont, Ruy Rezende, Luci Pereira, Gero Camilo, Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele , entre outros.Foi uma escola pra mim , lidar com tanta gente de cinema. O produtor de elenco era também da Bahia, Elson Rosário, meu amigo e a pessoa que me lançou no mundo cinematrográfico.



Esses Moços foi meu terceiro longa, lá pelos idos de 2004. Desta vez sai da produção de elenco e fui para assistência de platô. Já estava ficando ousado. Um filme de José Araripe, um dos cineastas mais conceituados da Bahia. Foi neste filme que tive o prazer de conhecer Macarra Viana, o maior diretor de platô da Bahia. Fizemos uma parceria maravilhosa, elogiada por toda a produção.O filme foi rodado no subúrbio rodoviário de Salvador.

Eu me lembro meu quarto longa, já estava me achando. Fiz a direção de Platô. Nunca dei tanta bronca em minha vida. Acharam de me dar um rádio e um crachá, ai já viu. Dava cada grito na galera! mas foi bom, uma experiência única. Fiquei com alguns desafetos, principalmente o pessoal da técnica, mas depois, ficou tudo bem. Edgard Navarro o diretor, nosso amigo particular, mas no set não tem isso, é senhor pra cá, senhor pra lá. A equipe era ótima, tinhamos alguns "arrancarabos" mas depois tomavamos umas cervejas quando encerrava o set e no ouitro dia, voltava tudo ao normal. Foi cansativo, porque ficou muito longo, mas a convivência, nos tornava uma família. Conheci profissionis maravilhosos, em todas as áreas, arte, adereços, maquiagem, maquinária, eletrica enfim, não cito nomes, porque a lista é grande.

Essa é minha história.
Ari Rodrigues
Produtor Cultural

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