quinta-feira, 11 de março de 2010

Duplo reconhecimento de corpo de adolescente adia a identificação

Natalice Fernandes, 34, mãe da adolescente Érica dos Santos Calmon, 15, desaparecida após operação da PM em Pero Vaz, quinta-feira passada, chegou a reconhecer um dos dois corpos encontrados terça-feira, em área de Camaçari (Grande Salvador), como sendo da filha dela. No entanto, a confirmação da identidade foi adiada porque a tia (que pediu anonimato) de outra vítima, Alessandra de Jesus, 17, também reconheceu o cadáver como o da sobrinha.
Natalice, que fez o reconhecimento no início da tarde, por meio de fotografias, revelou a A TARDE, ontem à noite, por telefone, que está confusa com a situação. “Agora eu estou na dúvida, porque eu não sabia que a Alessandra também tinha uma tatuagem igual. Eu não entrei para ver o corpo, só olhei a foto no computador porque percebi que não ia aguentar”, disse ela, ainda emocionada. Uma mancha de nascença no tornozelo do cadáver levou a tia de Alessandra a identificá-lo como sendo o da sobrinha.
Embora todos os indícios e características físicas do corpo encontrado batam com o de Érica, sobretudo os cabelos trançados, encontrados cortados ao lado do corpo, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) optou por tentar recuperar as impressões digitais dos cadáveres para atestar as identidades. O procedimento, que implica na reidratação da pele das vítimas, deve apresentar resultados em até três dias. Exames de DNA também poderão ser feitos, caso não seja possível fazer a coleta.
O outro corpo encontrado em Camaçari, de um homem que estava enterrado sem cabeça em cova rasa, também passou por necrópsia no IMLNR e foi submetido a reconhecimento por dois irmãos e a esposa de Luis Alberto Pereira dos Santos, durante a manhã. Eles não tiveram condições de fazer qualquer tipo de identificação, por conta do avançado estado de decomposição.
“Este não pode ser meu marido. Eu quero ele de volta”, gritou desesperada Elisângela Araújo, 25, que chegou a desmaiar no Nina Rodrigues, após o procedimento. Coleta de impressão digital e análise da arcada dentária também serão realizadas. Exame de DNA poderá ser feito.
Uma testemunha, que afirmou ter estado na casa com as vítimas pouco antes da ação policial, lembrou que, após a saída dos policiais, não foram encontradas na residência duas cortinas de cor vermelha vinho, tecidos que podem ser os encontrados envolvendo o corpo do homem localizado anteontem.
Operação - As duas jovens, Luís Alberto e uma quarta pessoa, cujo sumiço nenhum familiar reivindicou até agora, desapareceram na noite da quinta-feira passada.
Eles teriam sido mortos numa casa, na Rua do Bambolê, com mais quatro pessoas, já identificadas e sepultadas, durante operação de homens da 37ª CIPM (Liberdade) e Rondas Táticas Motorizadas (Rotamo). Moradores afirmaram que não houve troca de tiros, conforme alegam os PMs.
Sete militares (quatro da Rotamo e três da 37ª) participaram da ação. Eles deverão ser ouvidos na próxima semana na 2ª CP (Liberdade).

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